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A importância do acompanhamento nutricional no pré-natal

  • Foto do escritor: ConectA Nutrição
    ConectA Nutrição
  • 16 de jun. de 2020
  • 4 min de leitura


A assistência pré-natal é caracterizada por um conjunto de procedimentos e cuidados à mulher e ao feto a fim de assegurar o desenvolvimento apropriado da gravidez, favorecendo um nascimento saudável, com o menor impacto negativo possível para a saúde materna e fetal, abordando, sobretudo, aspectos psicossociais, atividades educativas e preventivas (BRASIL, 2012). Segundo a Organização Mundial de Saúde (2016), a gestante deverá ter no mínimo 8 consultas. No Brasil, o recomendado pelo Ministério da Saúde (MS) é de que ocorra uma consulta por mês até a 28ª semana, e uma consulta a cada 15 dias no período compreendido entre a 28ª e a 36ª semana.

Segundo o MS, a assistência pré-natal deve se dar por meio da incorporação de condutas acolhedoras e do desenvolvimento de ações educativas e preventivas, sem intervenções desnecessárias. A prevenção e detecção precoce de patologias e de situações de risco gestacional são fundamentais, bem como um atendimento humanizado que promova o estabelecimento de vínculos entre o pré-natal e o local do parto (BRASIL, 2006).

A assistência pré-natal é de extrema importância para a redução da mortalidade materna e perinatal, tratando ou controlando doenças que possam vir acontecer no período gravídico-puerperal, evitando, assim, efeitos negativos. Uma vez que, um pré-natal de qualidade, orientará sobre problemas específicos do parto, do período puerperal ou mesmo dos cuidados ao recém-nascido (CRUZ et al; 2014).

Alguns dos principais objetivos do pré-natal, segundo o Ministério da Saúde, são: fornecer orientações essenciais sobre hábitos de vida e higiene pré-natal; preparar a mulher para a maternidade, trazendo informações educativas sobre o parto e o cuidado da criança (puericultura); orientar sobre a manutenção do estado nutricional apropriado; orientar sobre o uso de medicações que possam afetar o feto ou o parto ou medidas que possam prejudicar o feto; tratar das manifestações físicas próprias da gravidez; entre outros (BRASIL, 2016).

As ações de Nutrição voltadas ao pré-natal são essenciais para promover o crescimento fetal esperado, preservando a saúde da mãe e do feto dentro de seus padrões socioeconômicos e culturais. Cabe ressaltar, que a Nutrição tem papel essencial ainda no momento anterior a gestação, sendo uma forte aliada na saúde reprodutiva do casal. As mudanças na alimentação e estilo de vida são umas das intervenções mais promissoras para preservar a saúde humana e evitar a infertilidade (FONTANA, 2016). Por tal motivo, uma vez que o casal deseja engravidar, já deveria iniciar seu acompanhamento nutricional.

No pré-natal, o acompanhamento nutricional, permitirá que o nutricionista desenvolva inúmeras ações, como por exemplo: controle de peso, evitando excessos e/ou deficiências e o possível aparecimento de comorbidades associadas a estes fatores; incentivo a alimentação saudável por meio de práticas de educação nutricional; tratamento de intercorrências gestacionais como hipertensão, anemia e diabetes gestacional; orientações sobre a importância do aleitamento materno e como este deve se dar (BRASIL, 2013).

Na primeira consulta nutricional do acompanhamento pré-natal, as aferições do peso e da altura e o cálculo da semana gestacional são realizados, possibilitando que o nutricionista classifique o índice de massa corporal (IMC) por semana gestacional. A partir desses parâmetros é possível avaliar o estado nutricional inicial da gestante, bem como programar e acompanhar o ganho de peso até o final da gestação. As ações do nutricionista objetivam identificar, a partir de diagnóstico oportuno, as gestantes em risco nutricional no início e durante o período gestacional e propor intervenções visando garantir a manutenção do peso adequado com desfechos favoráveis à saúde materna e fetal (BRASIL, 2012).

Além da abordagem individual nutricional, o nutricionista pode se utilizar da abordagem coletiva, de forma complementar, a partir do grupo de gestantes. O trabalho em grupo é identificado como uma prática que contribui com a superação do modelo biomédico, já que o grupo representa um espaço de livre expressão que pode favorecer os mecanismos necessários à mudança de comportamento, consequentemente, necessários à promoção da saúde.

No pré-natal, a abordagem em grupo se torna ainda mais interessante, uma vez que a gravidez é uma condição que envolve muitos mitos, dúvidas, crenças e expectativas, que podem estar diretamente relacionados ao contexto familiar e social e, no grupo a construção acontece a partir das interações entre seres humanos de forma dinâmica e reflexiva. A técnica de trabalho com grupos promove o fortalecimento das potencialidades individuais e grupais, a valorização da saúde, a utilização dos recursos disponíveis e o exercício da cidadania.

A participação no grupo pode melhorar a aderência das gestantes aos hábitos considerados mais adequados, diminuir a ansiedade e compreender de forma mais clara os sentimentos que surgem neste período, permitindo a aproximação entre profissionais e receptores do cuidado, além de contribuírem para o oferecimento de assistência humanizada (SILVA, et al., 2008; FRISCO, et al., 2012).

Entre as temáticas a serem abordadas pelo nutricionista, a amamentação merece destaque, pois no grupo será possível realizar práticas junto às gestantes, abordar dúvidas, medos e manejo adequado de forma coletiva e compartilhada.


Referências  consultadas

BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília: Ministério da Saúde. 2012. Série A. Normas e Manuais Técnicos Cadernos de Atenção Básica, n° 32. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf>. Acesso em: 12 de jun de 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Importância do pré-natal. Brasília, DF, 2016. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2198-importancia-do-pre-natal>. Acesso em: 12 jun. 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual instrutivo das ações de alimentação e nutrição na Rede Cegonha. Brasília, DF, 2013. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_alimentacao_nutricao_rede_cegonha.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2020.

BRASIL, Ministério da Saúde. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada. Manual Técnico. 2006. Brasília: Ministério da Saúde. Série A. Normas e Manuais Técnicos, Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos –Caderno 5. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_pre_natal_puerperio_3ed.pdf>. Acesso em: 12 de jun de 2020.

CRUZ, R. S. B. L. C.; CAMINHA, M. F. C.; FILHO, M. B. Aspectos Históricos, Conceituais e Organizativos do Pré-natal. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, Pernambuco, 18(1): 87-94, 2014. Disponível em: < https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rbcs/article/view/15780/11722>. Acesso em: 12 jun. 2020.

FONTANA, R; TORRE, S. D. The deep correlation between energy metabolism and reproduction: A view on the effects of nutrition for women fertility. Nutrients. 2016, pág. 8 - 87.

FRISCO, L.F; SILVA,R.M; MATTOS, K.M; MANFIO, F.; BOEIRA, G.F. A importância dos grupos de gestante na atenção primária: um relato de experiência. Revista Brasileira de Epidemiologia e Controle de Infecção, v.2, n.2, 2012. Disponível em: https://online.unisc.br/seer/index.php/epidemiologia/article/viewFile/2745/2195 . Acesso em: 16 jun. 2020.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. 2016.Recomendações da OMS sobre cuidados pré-natais para uma experiência positiva na gravidez, [S. l.], 2016. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/250800/WHO-RHR-16.12-

18por.pdf;jsessionid=37F2B5619E5A63DF50EDDDE68AD2FA5C?sequence=2. Acesso em: 15 jun. 2020.

SILVA D, LIMA D, ROSITO D, et al. Percepções e saberes de um grupo de gestantes sobre aleitamento materno – um estudo qualitativo. Revista da Faculdade de Odontologia. UPF. 2008;13(2):7-11

 
 
 

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