top of page

Alergia Alimentar - aprenda um pouco mais!

  • Foto do escritor: ConectA Nutrição
    ConectA Nutrição
  • 8 de jul. de 2020
  • 4 min de leitura

No dia 08 de julho é comemorado o Dia Mundial da Alergia. As datas comemorativas na saúde têm como objetivo alertar a sociedade sobre a existência de determinados problemas e as formas de prevenção e/ou tratamento.

Com a existência de diversos tipos de alergia, trataremos aqui da alergia alimentar, com enfoque para alergia à proteína do leite de vaca (APLV).

O que é Alergia Alimentar?


A alergia alimentar é uma doença consequente de uma resposta exagerada do sistema imunológico ao consumo de determinados alimentos. Em geral, a alergia alimentar se manifesta nos primeiros anos de vida com manifestações clínicas variadas na dependência do mecanismo imunológico envolvido.

Para realização do diagnóstico, é necessário combinar informações da história clínica do indivíduo, exame físico e dieta de exclusão de alimentos (especialmente os “suspeitos”). Também podem ser realizados testes cutâneos ou sorológicos.


Principais sintomas e alimentos alergênicos


Os sintomas podem estar relacionados a reações na pele (coceira, inchaço), no sistema gastrointestinal (diarreia, refluxo, vômitos) e/ou no sistema respiratório (rinite, tosse, rouquidão). O choque anafilático é a forma mais grave de alergia alimentar.

Nos casos mais graves, as reações aparecem logo após o contato com o alimento alergênico; em casos mais leves, podem levar dias para surgir.

São mais de 170 os alimentos reconhecidos como alergênicos, porém, cerca de 80% das alergias alimentares são causadas pelos seguintes alimentos: ovo, leite de vaca, amendoim, soja, trigo, castanhas, peixes e crustáceos. Entretanto, novos alérgenos têm sido descritos, como kiwi e gergelim, e alguns deles bastante regionais, como a mandioca.

Os alimentos mais frequentes nas alergias alimentares ocorridas na infância são o leite de vaca, ovo, trigo e soja, sendo geralmente transitórias, com menos de 10% dos casos persistindo na idade adulta. Já entre os adultos, os principais alimentos alergênicos são amendoim, castanhas, peixe e frutos do mar.

A procura por um médico para confirmação do diagnóstico e acompanhamento da evolução; e do nutricionista para apoiar a conduta relacionada à alimentação deve ocorrer assim que houver a desconfiança da existência do problema, que se dará a partir da observação de sinais e sintomas.


Principais fatores associados ao desenvolvimento das alergias alimentares


São diversos os fatores ambientais (ex. hábito alimentar, amamentação, alimentação complementar, tipo do alimento, nível de processamento e forma de preparo do alimento) e individuais (ex. carga genética, sexo, idade, etnia, atividade física, etilismo, uso de antibióticos e de inibidores da acidez gástrica) que podem influenciar no desenvolvimento de alergias alimentares.


Alergia Alimentar à Proteína do Leite de Vaca (APLV)


A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é o tipo de alergia alimentar mais comum nas crianças até 2 anos, e é caracterizada pela reação do sistema imunológico às proteínas do leite, principalmente à caseína (proteína do coalho) e às proteínas do soro (alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina). É muito raro o seu diagnóstico em indivíduos acima dessa idade, devido ao desenvolvimento da tolerância oral progressiva à proteína do leite de vaca.

Como as proteínas do leite de vaca são muito parecidas com as dos leites de outros animais, a pessoa com alergia ao leite de vaca deve evitar tomar os outros tipos de leite de origem animal.

No Brasil, os dados sobre prevalência de alergia alimentar são escassos e limitados a grupos populacionais, tendo um estudo realizado por gastroenterologistas pediátricos encontrado incidência de 2,2% de alergia às proteínas do leite de vaca nas crianças dos serviços avaliados.


O papel da Rotulagem obrigatória na alergia alimentar


A restrição do consumo de alimentos alergênicos é a única alternativa disponível para prevenir o aparecimento das complicações clínicas, logo o acesso a informações adequadas sobre a presença desses alimentos ou de seus componentes é essencial para proteger a saúde de indivíduos com alergias alimentares.

Os requisitos para a rotulagem obrigatória dos principais alimentos que causam alergias alimentares foram estabelecidos pela RDC nº 26/2015 da ANVISA. A partir dela, tornou-se obrigatória a inclusão dos alertas, que podem ser de presença intencional de alergênicos; possibilidade de contaminação cruzada com alergênicos; e ausência de alergênicos.

Para orientação do consumidor, no rótulo deverão conter alertas como:

- ALÉRGICOS: CONTÉM (NOME COMUM DO ALIMENTO ALERGÊNICO).

- ALÉRGICOS: CONTÉM DERIVADOS DE (NOME COMUM DO ALIMENTO ALERGÊNICO).

- ALÉRGICOS: CONTÉM (NOME COMUM DO ALIMENTO ALERGÊNICO) E DERIVADOS.

Os principais alimentos alergênicos que devem ser declarados nos rótulos dos alimentos são:

1. Trigo, centeio, cevada, aveia e suas estirpes hibridizadas.

2. Crustáceos.

3. Ovos.

4. Peixes.

5. Amendoim.

6. Soja.

7. Leites de todas as espécies de animais mamíferos.

8. Amêndoa.

9. Avelãs.

10. Castanha-de-caju.

11. Castanha-do-brasil ou castanha-do-pará.

12. Macadâmias.

13. Nozes.

Referências:

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Perguntas e Respostas sobre Rotulagem de Alimentos Alergênicos. 5ª edição. Brasília: ANVISA, 2017. 34p. Acesso em 07 jul. 2020. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/2810640/Rotulagem+de+Alerg%C3%AAnicos/283b1a22-d923-4eb1-84fa-cb1a662b7846>.


BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC N° 26, DE 2 DE JULHO DE 2015. Dispõe sobre os requisitos para rotulagem obrigatória dos principais alimentos que causam alergias alimentares. Acesso em: 07 jul. 2020. Disponível em: < https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/legislacao-1/biblioteca-de-normas-vinhos-e-bebidas/resolucao-rdc-no-26-de-2-de-julho-de-2015.pdf/@@download/file/resolucao-rdc-no-26-de-2-de-julho-de-2015.pdf>.


BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC). Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV): Relatório de Recomendação. Brasília: CONITEC, novembro, 2017. Acesso em: 07 jul. 2020. Disponível em: < http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2017/Relatorio_PCDT_APLV_CP68_2017.pdf>.


Mendonça RB et al. Dietas isentas de leite e derivados. In: Pinto-e-Silva MEM, Yonamine GH, Atzingen MCBC. Técnica Dietética aplicada à Dietoterapia. Barueri, SP: Manole, 2015. p.19.


Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Gastroenterologia Pediátrica. Pediatria para famílias: Alergia ao leite de vaca. Acesso em: 07 jul. 2020. Disponível em: <https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/doencas/alergia-ao-leite-de-vaca/>.


Solé D, Silva LR, Cocco RR et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018 - Parte 1 - Etiopatogenia, clínica e diagnóstico. Documento conjunto elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Arq Asma Alerg Imunol. 2018; 2(1):7-38. Acesso em: 07 jul. 2020. Disponível em: < http://aaai-asbai.org.br/detalhe_artigo.asp?id=851>.

 
 
 

Comments


©2020 por ConectA.Nutrição. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page